A publicação de autores portugueses na edição lusitana da
revista Tintin, foi obedecendo a diferentes opções durante os 15 anos em que foi editada. Quando se fala de
publicação de autores portugueses, essa alusão é feita no contexto de
publicação primária, e não da publicação de autores que tenham publicado os
seus trabalhos originalmente na revista belga. Estes também existiram , mas de
forma residual, pelo que se começa já por indicar quem foram e quais os
trabalhos publicados.
Manuel Ferreira
S.O.S. Lamoriciere, uma história curta, publicada no nº 5 do 2º ano,
em 28 de junho de 1979
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Carlos Roque
Sejam bons pra os bichinhos, com argumento de Yves Duval, publicado
no nº 8 do 1º ano, em 20 de julho de 1968
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O fenómeno da publicidade, com argumento de Yves Duval, publicado no
nº 16 do 1º ano, em 14 de setembro de 1968
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Passemos então aos autores que publicaram em primeira mão na
revista Tintin portuguesa.
Vitor Peon
Nos primeiros números, um autor surgiu com frequência, Vitor
Peon, com pequenas histórias baseadas em temas históricos. Em alguns casos,
mais do que uma narração, tratava-se de um texto informativo ilustrado, como se
fosse uma coleção de cromos. Apesar destas características, Vitor Peon teve
direito a duas capas.
A participação do autor português durou até ao número 21 do
primeiro ano, com as seguintes publicações.
Aljubarrota, no nº 2, em 8 de junho de 1968
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Lusitânia- 60 anos antes de Cristo, no nº 3, em
15 de junho de 1968
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As Descobertas marítimas, no nº 5 em 29 de junho de 1968
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Portugal nos sec XII e XIII, nº nº 6 em 6 de julho
de 1968
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1ª viagem de Díogo Cão, no nº 7 em 13 de julho de
1968
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2ª viagem de Díogo Cão, no nº 8 em 20 de julho de
1968
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Colombo em Portugal, no nº 9 em 27 de julho de
1968
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Pedro Alvares Cabral- o descobridor do Brasil, no nº 12
em 17 de agosto de 1968
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Macau- Portugal na China, no nº 13 em 24 de agosto
de 1968
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A primeira volta ao mundo, no nº 18 em 28 de
setembro de 1968
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O infante D. Henriqueno, nº 19 em 5 de outubro de
1968
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Gorongosa, e outras reserva de caça em Moçambique, no nº
21 em 19 de outubro de 1968
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Com a saída de Vitor Peon, ocorreu um longo ocaso na
publicação de banda desenhada portuguesa original, que apenas voltaria em força
no 11º ano.
José Ruy
Nesse interregno foram publicadas algumas histórias
publicitárias desenhadas por José Ruy. Este autor, com uma longa permanência na
revista, criou o Repórter Clique com o qual visitava fábricas e outras
instituições fazendo publicidade aos produtos que vendiam.
Assim, entre o nº 41 do 4º ano, de 4 de março de 1972 e o 38
do 6º ano, em 9 de fevereiro de 1974 foram publicadas as seguintes histórias
publicitárias em banda desenhada.
Tintin visita a Aliança, com argumento de Dinis Machado
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O reporter Clique do Tintin vista um banco, com
argumento de Luis Nazaré
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O reporter clique visita a Sacor
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Reporter Clique do Tintin segura-se na companhia A
mundial
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Visita à Sumol
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Uma visita à Siderurgia nacional
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No 13º ano, no nº 13, em 9 de agosto de 1980 a série passa-se a chamar Clique e Flash, e
José Ruy publica um conjunto de 19
pequenas histórias, essencialmente viradas para a temática dos animais,
e quase todas sem título. Apenas as últimas, publicadas a partir de 27 de
dezembro de 1980, no nº 33 do 13º ano, estão identificadas com título.
A dupla entraria também, outra vez, banda desenhada
publicitária a uma marca de iogurte no 14º ano de vida do Tintin, na história
Como se faz um iogurte, e ainda no episódio Dois amigos distraídos.
José Ruy publicaria ainda um outro trabalho na revista
Tintin.
Da guerra nasceu uma flor: A cruz vermelha, publicada entre
24 de fevereiro de 1979 e 10 de março de 1979, nos números 41, 42 e 43 do 11º
ano.
Fernando Relvas
Este autor é, na minha opinião, a grande revelação surgida
no Tintin português, e marca uma viragem na orientação da revista, em relação
aos autores portugueses.
Apareceu no nº 9 do 11º ano, em 15 de julho de 1978, com a
série O Espião Acácio, uma série humorística, com episódios de 2 páginas e
durou até ao nº 44 do 12º ano, em 15 de março de 1980.
Relvas publicou vários outros trabalhos, o último dos quais
ficou incompleto com o fim da revista.
Viagem ao Centro da Terra, entre o nº 45 do 12º ano e o nº 15 do 13º
ano, de 22 de março de 1980 a 23 de agosto de 1980
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Rosa-Delta-sem-saída, entre os números 16 e 38 do 13º ano, de 30 de
agosto de 1980 a 31 de janeiro de 1981.
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L123, entre o nº 39 do 13º ano e o nº 32 do 14º ano, de 7 de
fevereiro de 1981 a 19 de dezembro de 1981
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Cevadilha Speed, entre o nº 33 do 14º ano e o nº 3 do 15º ano, de 26
de dezembro de 1981 a 29 de maio de 1982
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Slow motion, entre os números 4 e 12 do 15º ano, de 5 de junho a 31
de julho de 1982.
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Kriz 3, entre os números 13 e 21( último) do 15 ano, de 7 de agosto a
2 de outubro de 1982
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José Garcês
Este autor também marcou presença com dois trabalhos
A dama Pé de Cabra, baseada no texto de Alexandre Herculano, entre os
números 29 e 38 do 13º ano, de 29 de novembro de 1980 a 31 de janeiro de 1981
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O Santuário de Dudwa, entre os 24 e 28 do 14º ano, de 24 de outubro a
21 de novembro de 1981
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Augusto Trigo
Este autor surgido para a banda desenhada em 1980 no Mundo
de Aventuras, publicou, com argumento de Jorge Magalhães, o primeiro episódio
da série Excalibur, entre os números 43 e 50 do 14º ano, de 6 de março a 24 de
abril de 1982.
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