quarta-feira, 30 de junho de 2021
segunda-feira, 28 de junho de 2021
O Príncipe e o Pobre
sábado, 26 de junho de 2021
Da BD para o ecrã: Jesuit Joe
quinta-feira, 24 de junho de 2021
Efeméride: Yvan Delporte
quarta-feira, 23 de junho de 2021
Análise crítica: O último homem ...
Título original: Jusqu’au dernier
Argumento: Jérôme Félix
Desenho: Paul Gastine
Cor: Paul Gastine
Editora: Gradiva
Tradução: Jorge Lima
Data da Edição: 2021
Álbum cartonado: 72 páginas
ISBN: 978-989-785- 045-5
Preço: 16,50 €
Dimensões: 318 x 239 mm
Análise
Ler este livro é uma surpresa. Quando parece que o argumento
se encaminha num determinado sentido, ocorre uma nova via e o leitor fica
surpreendido pela estrada que se abre. Nada ocorre como seria de esperar nas
histórias do género. Não há os bons e os maus. Todas as personagens têm essas
características, dependendo do ângulo pelo qual são olhados. Não há seres
perfeitos nesta história. Todos têm defeitos e o desenrolar do episódio
torna-os evidentes. Não há um herói capaz de vencer todos os inimigos, através
de estratégias que parecem tornar os adversários uns mentecaptos. Neste livro
todos são heróis e todos são vilões. Todos mentem, seja por interesse próprio,
por medo ou por altruísmo. Embora o final não tenha a intensidade da restante
obra nem o dramatismo que nela está sempre patente, não deixa de ser
inesperado.
É uma história colocada na época em que o comboio invadiu a
pradaria e os homens que faziam as longas jornadas transportando o gado,
começam a ficar sem trabalho e tentam arranjar outras ocupações. Neste livro
morre a ideia do cowboy idealizado em tantos outros westerns. Mais do que o
último homem, nesta história todos são homens, com os seus vícios, os seus
defeitos, os seus orgulhos e as suas forças.
Neste contesto, não se entende bem a opção do tradutor para
o título da obra em Português. Provavelmente, ele viu algo que o levou a fazer
esta tradução, mas, nem toda a gente, onde me incluo, vê o que se pretende
atingir com a designação de O último homem. A capa indica que Russel seria esse
último homem, mas ao ler a história não se percebe porquê. O título não faz
sentido, e transforma Russel num protagonista da história, que embora possa
existir, não ocorre de modo solitário. Esse protagonismo é partilhado por
outras personagens. Embora se possa considerar que ele, pelas atitudes que
toma, é o catalisador de todas as tragédias que vão sucedendo, estas não
ocorrem só por sua causa. Têm uma origem que pode ser partilhada pelos
comportamentos das outras personagens. A capa é boa, mas quando se associa a
imagem da capa ao título desaparece a coerência.
O desenho apresenta qualidade elevada, com a cor a ser
utilizada para salientar o dramatismo das cenas, seja em tonalidades mais
escuras, seja nos tons avermelhados que parecem transmitir a ira das
personagens. O desenhador recorre com frequência a grandes planos, transmitindo
bem os pormenores dramáticos e as emoções bem expressas nos olhares das
personagens. Os rostos poderiam, no entanto, ser melhor trabalhados, de forma
que a distinção fosse bem clara entre as personagens, designadamente entre
Kirby e Russel, que é a personagem retratada na capa, que por vezes são
demasiado semelhantes, apesar da idade que os separa. Isso faz com que Russel
em algumas vinhetas apresente um rosto demasiado jovem, quando os outros homens
o tratam por velho.
Algumas onomatopeias surgem nas pranchas, mas o mesmo não
ocorre com a simbologia cinética. No entanto, a plasticidade do desenho
consegue fazer perceber os movimentos das personagens, dando às cenas todo a dinâmica
que elas insinuam.
As legendas são minimalistas e surgem apenas quando há uma
mudança brusca de cenário ou uma grande evolução temporal, de modo que quer
espaço quer tempo, fiquem perfeitamente definidos.
Conclusão
Uma obra de leitura
obrigatória para os apreciadores de western. É uma diferença que marca no
argumento. As pequenas falhas apontadas não são minimamente suficientes para
desaconselhar esta leitura. Para quem não aprecia o estilo western também se
trata de um livro a ler, pois foge do padrão do género e é capaz de captar
outros leitores.
relendo... ao acaso: Perigo inesperado
Episódio
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Perigo inesperado
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Série
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Capitão Doom
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Autores
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Arte: Nicholas Alascia
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Dados sobre o episódio
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Leitura: Revista Escaravelho Azul nº 23, volume 1
Data da publicação: 1970
Edição: Distribuidora de Publicações, Lda
10 páginas/ p/b
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Resumo
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O Capitão Doom recebeu a mensagem que no restaurante A pista do
Frango se conseguiria livrar da perseguição que os homens da lei lhe faziam.
Depressa descobre que é verdade, pois o seu proprietário não passa do chefe
de um vasto bando que, quando Doom
chega ao local, se prepara para matar a sua sobrinha por afinidade, Joanne
Parker. Doom consegue na primeira tentativa feita por Ralph salvar a
rapariga, e quando descobre que ela está mesmo em risco de vida tenta tirá-la
do rancho. A fuga torna-se difícil, com os dois a ficarem prisioneiros de
Ralph. Doom consegue, no entanto, vencer os bandidos e salvar a rapariga.
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Comentário
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Nicholas Alascia foi o modo como a dupla Vincent Alascia e Charles
Nicholas assinou o seus trabalhos conjuntos. Embora sem assinatura, na maior
parte dos trabalhos, a estes dois desenhadores juntava-se o argumentista Joe
Gill
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segunda-feira, 21 de junho de 2021
O Pimpão nº1
sábado, 19 de junho de 2021
Humor curto: Tico
quinta-feira, 17 de junho de 2021
Música e BD: Louis Armstrong
quarta-feira, 16 de junho de 2021
efeméride: Frank Thorne
segunda-feira, 14 de junho de 2021
The Spirit
sábado, 12 de junho de 2021
Joana d'Arc
sexta-feira, 11 de junho de 2021
Análise crítica: Procura-se Lucky Luke
Título original: Wanted
Argumento: Mattieu Bonhomme
Desenho: Mattieu Bonhomme
Cor: Mattieu Bonhomme
Editora: A seita
Tradução: Sandra Alvarez
Data da Edição: 2021
Álbum cartonado: 82 páginas
ISBN: 978-989-54880-6-3
Preço: 16,95 €
Dimensões: 319 x 237 mm
Análise
Mais um livro de Lucky Luke que sai da série “normal” e o
segundo da autoria de Mathieu Bonhomme.
O argumento é bem trabalhado, fazendo relembrar alguns dos
bons momentos que Goscinny trouxe à série, com um humor que transborda ao longo
da obra, mesmo nos momentos mais tensos. Este é um Lucky Luke diferente do que
foi desenhado tantos anos por Morris. Os principais elementos da série estão
lá, mas alguns são atenuados, como seja a rapidez e a quase invencibilidade da
personagem em todas as situações, e foi acrescentado outro: o assédio sexual
feminino, que sai de uma perspetiva caricatural que já foi vista em alguns dos
episódios mais antigos da série, para se tornar mais realista, e até mais
ousado, apesar do desenho se continuar a manter caricatural.
Neste álbum Bonhomme recorre a várias personagens do
universo da série, algumas das quais surgiram logo no seu inicio, há cerca de
70 anos. Não é algo que diminua a qualidade do argumento, pois se recordarmos a
série ”normal” os Dalton vão pontuando
regularmente os episódios.
Se já no seu primeiro álbum da reinvenção de Lucky Luke,
Bonhomme recorrera a uma personagem conhecida, agora recorre a várias, não o
fazendo apenas para apelar ao saudosismo, mas porque, na verdade, elas se
enquadram perfeitamente no argumento, e este torna-se mais coerente com a sua
presença. Não que elas fossem absolutamente necessárias, pois a temática
poderia ter sido desenvolvida recorrendo a outros fora da lei, mas o recurso de
que Bonhomme faz é lógico. Aguardo um próximo volume, para ver se o autor
consegue fugir desse círculo, o que demonstraria a sua capacidade criativa.
Estre argumento caracteriza-se por, apesar de se fazer uma corrida
à captura de Lucky Luke por vários fora da lei, o autor está a referir-se,
usando uma linguagem metafórica, à corrida dos autores de banda desenhada às
séries que vendem. Esta ideia só é possível ser descoberta quando se lê a
entrevista ao autor, que surge nas páginas finais, acompanhando alguns esboços
realizados para construir o episódio. Estes extras são um enriquecimento do
livro, uma vez que a banda desenhada apenas ocupa 66 páginas. Estas páginas
finais ajudam a conhecer a obra que se acabou de ler e a sua construção. Um
interessante texto de João Miguel Lameiras complementa estas páginas que foram
adicionadas às de banda desenhada.
Mathieu Bonhomme é um excelente desenhador e demonstra-o
neste livro. Usa todos os recursos da banda desenhada: onomatopeias, símbolos
cinéticos, planos gerais, planos de pormenor, designadamente quando quer
apresentar as emoções, dimensão das vinhetas, vinhetas sem palavras, a cor e
muitos outros. Nesta obra encontra-se um manancial a ser usado por quem quiser
apresentar a forma como se utiliza a linguagem da banda desenhada.
Os planos de pormenor dos rostos são excelentes, ajudando a
percecionar emoções das personagens, designadamente ao mostrar os olhos.
Com as tonalidades usadas, Bonhomme consegue sublinhar o que
é importante na vinheta, o que se destaca, tornando-se o essencial da
narrativa, num fundo de figurantes ou de cenário estático.
Os cenários são um dos aspetos menos pormenorizados deste álbum,
mas não diferindo muito, do que se passa na série principal. Bonhomme faz
lembrar os ambientes onde se desenrolam alguns filmes de “western spaghetti”, na
aridez do espaço e na ausência de vida, para além da humana. Não é só nesse
aspeto que a leitura nos transporta para o cinema. Algumas das sequências das
vinhetas também o fazem, como na prancha 53, em que Lucky Luke se encaminha
para o bandido que mantêm as três irmãs reféns.
A narrativa não é feita de modo apressado. Bonhomme desenha
as vinhetas sequenciando todos os pormenores. A sublinha esse facto está o
elevado número de vinhetas por prancha, que até parecem menos, devido ao traço
“limpo” do autor. Por exemplo das pranchas 11 à 20, a média de vinhetas por
página é de 8, o que, considerando que algumas têm 6, outras surgem com muitas
mais.
Toda esta harmonia de texto, desenho, texto e cor é ajudada
por apenas um autor fazer tudo, o que não é muito comum. Mesmo quando o
argumento e o desenho têm apenas sum autor, quase sempre a cor pertence a
outro. Neste caso, é tudo feiro por Mathieu Bonhomme, o que contribui para coerência
do conjunto.
A capa é mais um dos elementos do livro e está em linha com
o conteúdo cromático e temático.
Conclusão
Uma obra que vale a pena ler. Com melhor argumento do que a premira
investida do autor no universo Lucky Luke, o que faz aguardar com alguma curiosidade
e expectativa uma nova obra.
quinta-feira, 10 de junho de 2021
Da BD para o ecrã: Jeremiah
quarta-feira, 9 de junho de 2021
Efeméride: André Juillard
segunda-feira, 7 de junho de 2021
L' Art invisible
sábado, 5 de junho de 2021
Baú das revistas: Rodeo
Revista
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Rodeo nº 83
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Ficha Técnica
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Data da publicação: sem indicação (final da década de 50 ou início de
60)
32 páginas
Edição: Livraria Bertrand
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Conteúdo:
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Capa
Preço muito alto
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Página 13
Cercados pelo ódio por Luis Martinez
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Página 25
Destino fatal por Casamitjana
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