A adaptação de textos dramáticos para banda desenhada não é
muito frequente. Não será estranha a adaptação desta peça teatral de Gil Vicente, ao facto de existir um
público potencial elevado, dado ser uma obra que os estudantes têm que ler
durante a sua frequência do ensino básico e a leitura da banda desenhada poder
surgir como alternativa ao texto dramático tradicional.
O uso da linguagem de Gil Vicente facilitaria o uso da obra na contextualização da época literária estudada.
O Auto da Barca do Inferno é uma mordaz crítica social que
Gil Vicente faz a vários setores da sua sociedade, expondo de
forma rude e cruel as sua falhas morais e a hipocrisia das classes dominantes.
É com um sorriso que lemos as palavras do onzeneiro, do
juiz, da alcoviteira ou do fidalgo, assim como as certíssimas intervenções do
Joane, o parvo que destapa todas as falsidades dos outros intervenientes.
Uma leitura diferente que além do texto nos consegue colocar
no cenário.
Esta adaptação que tenho na minha coleção foi publicada no Jornal da BD.
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