Escrita em 1843 por Alexandre Herculano esta é uma das obras chaves do período romântico português.
Situada numa época anterior à formação de Portugal, no período da invasão árabe da península, esta adaptação da autoria de José Garcês foi publicada pela primeira vez nos anos de 1955 e 1956 na revista feminina Modas e Bordados, num total de 42 pranchas.
A banda desenhada de cariz histórico e a adaptação de textos literários sempre foram áreas apetecíveis aos autores portugueses.José Garcês também embarcou nessa tendência com a adaptação deste romance de Alexandre Herculano.
José Garcês sempre foi um desenhador que de modo predominante fez uso do texto em didascália, o que neste caso favoreceu o objetivo do de usar o texto original da obra literária.
A linguagem da banda desenhada não pode ser a linguagem dos textos literários e sem dúvida isso se nota nesta adaptação,que ficou com uma leitura pesada. Em vez de uma história em continuidade, fica-se com a sensação que se está a ler a legenda de quadros, não tanto pelo aspeto gráfico, que até dá uma ideia de sequencialçidade, mas pelo estilo da linguagem escrita. No entanto, é preciso contextualizar esta banda desenhada na época socio-política em que foi feita, e respeitar a opção do autor em manter o texto original.
Nesta obra, José Garcês tem um dos seus melhores trabalhos gráficos, com algumas vinhetas muito bem conseguidas no uso do contraste branco e negro. Com o jogo de sombras Garcês cria alguns cenários únicos e consegue colocar emoções bem definidadas nos rostos.
A obra da minha coleção é o álbum da Editorial Futura editado em 1983, que no final apresenta um glossário para facilitar a leitura deste texto escrito no século XIX.
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