terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Análise crítica: The New Deal

 


Obra: The New Deal
Título original: he New Deal
Argumento: Jonathan Case
Desenho: Jonathan Case
Tradução: Carlos Xavier
Editora: Levoir
Edição: 2020
Edição cartonada: 112 páginas
ISBN: 978-989-682- 867-7
Preço: 10, 90 €
Dimensões: 186 mm x 279 mm
 

Análise

A história decorre no ano 1936, durante a recuperação que os Estados Unidos faziam da designada Grande Depressão, através do plano colocado em vigor pelo presidente Roosevelt, e designado The New Deal.

O New Deal da história não está relacionado com esse plano político-económico, mas surge pela conexão feita entre o nome que o autor associa ao acordo firmado entre as personagens principais da narrativa e a época socio-económico-histórica que se vivia.

O argumento conta uma história divertida, que se lê agradavelmente, sem grandes confusões, bem contextualizada, com as personagens, apesar da leveza do argumento, a possuírem dimensão psicológica, que condiciona de modo efetivo os seus atos.

Aprecio bastante o final, e aqui entra muito do gosto pessoal. Um final feliz para aquilo que em português s designa por “bons malandros”.

A maior parte das páginas tem entre quatro a seis vinhetas, que permitem um fluir narrativo constante, usando grandes planos para explicitar pormenores. Normalmente o recurso a três vinhetas não serve para fazer planos gerais, mas sim para ampliar os planos de pormenor. Os planos gerais são raros, mas mesmo esses estão bem inseridos, seja em vinhetas de maior que o normal dimensão ou ocupando mesmo todo o tamanho da página.

A colocação das vinhetas não segue uma modelo monótono, variando a sua disposição e a sua ligação ao longo das várias páginas, estando associadas ao modo como a narrativa é feita: vinhetas sobrepostas ou sem elipses quando a ação é mais rápida ou de ambiente mais tenso, e as clássicas divisões com o espaço branco a dividir as vinhetas na narrativa mais serena e menos emotiva.

O traço é simples e facilitador da leitura. Os rostos das personagens bem definidos, permitindo facilmente a sua identificação. Os corpos apresentam-se desenhados em várias posições, quase sempre sugerindo uma sensação de movimento e não uma perceção estática da ação.

O autor usa o preto e um tom azulado para colorir o seu trabalho. Transmite dessa forma uma estética não agressiva. Foi errado da sua parte usar essa tonalidade para a pele da personagem de cor negra. Essa opção dá a sensação de que o rosto de Theresa é da cor das roupas e de alguns elementos do cenário. O uso do preto para a tonalidade de pele serviria para marcar de modo muito mais acentuado o racismo que é patente nas atitudes de algumas personagens.

Conclusão 

Um livro leve que se lê bem, todo de seguida. Não apresenta pretensões de interpretação sociológica, tratando-se apenas de um trabalho bem escrito e bem desenhado que pretende  divertir o leitor.

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